sexta-feira, fevereiro 09, 2007

 

O Único Defeito Da Mulher

"Se uma memória restou das festinhas e reuniões de familiares da minha infância, foi a divisão sexual entre os convivas: mulheres de um lado, homens do outro.

Não sei se hoje isso ainda acontece. Sou anti-social ao ponto de não frequentar qualquer evento com mais de 4 pessoas, o que não me credencia a emitir juízos.

Mas era assim que a coisa acontecia naqueles tempos. Tive uma infância feliz: sempre fui considerado esquisito, estranho e solitário, o que me permitia ficar quieto a observar a paisagem.

Bem, depressa verifiquei que o apartheid sexual ia muito além das diferenças anatómicas. A fronteira era determinada pelos pontos de vista, atitude e prioridades.

Explico: no lado masculino imperava o embate das comparações e disputas.

"O meu carro é mais potente, a minha televisão é mais moderna, o meu salário é maior, a vista do meu apartamento é melhor, a minha equipe de futebol émais forte, eu dou 3 por noite" e outras cascatas típicas da macheza latina.

Já no lado oposto, respirava-se outro ar. As opiniões eram quase sempre ligadas ao sentir. Falava-se de sentimentos,frustrações e recalques com uma falta de cerimónia que me deliciava.

Os maridos preferiam classificar aquele ti-ti-ti como mexerico. Discordo.

Destas reminiscências infantis veio a minha total e irrestrita paixão pelas mulheres. Constatem, é fácil.

Enquanto o homem vem ao mundo completamente cru, as mulheres já chegam com quase metade da lição estudada.

Qualquer menina de 2 ou 3 anos já tem preocupações de ordem prática. Ela brinca às casinhas e aprende a pôr um pouco de ordem nas coisas. Ela pede uma bonequinha a quem chama filha e da qual cuida, instintivamente, como qualquer mãe veterana. Ela fala em namoro mesmo sem ter uma ideia muito clara do que vem a ser isso.

Noutras palavras, ela já nasce a saber. E o que não sabe, intui.

Já com os homens a historia é outra. Você já viu um menino dessa idade a brincar aos directores? Já ouviu falar de algum garoto fingindo ir ao banco pagar as contas? Já presenciou um bando de meninos fingindo estar preocupados com a entrega da declaração do IRS?

Não, nunca viram e nem hão-de ver. Porque o homem nasce, vive e morre uma existência infanto juvenil.

O que varia ao longo da vida é o preço dos brinquedos.

Aí reside a maior diferença.

O que para as meninas é treino para a vida, para os meninos é fantasia e
competição.

Então a fuga acompanha-os o resto da vida, e não percebem quanto tempo eles perdem com seus medos.

Falo sem o menor pudor. Sou assim. Todos os homens são assim.

Em relação ao relacionamento homem/mulher, sempre me considerei um privilegiado. Sempre consegui ver a beleza física feminina mesmo onde, segundo os critérios estéticos vigentes, ela inexistia.

Porque todas as mulheres são lindas. Se não no todo, pelo menos em algum detalhe.

É só saber olhar.

Todas têm a sua graça.

E embora contaminado pela irreversível herança genética que me faz idolatrar os ícones da futilidade, sempre me apaixonei perdidamente por todas as incautas que se aproximaram de mim.

Incautas não por serem ingénuas, mas por acreditarem.

Porque todas as mulheres acreditam firmemente na possibilidade do homem
ideal.

E esse é o seu único defeito."

Sérgio Gonçalces, redator da Loducca

terça-feira, janeiro 30, 2007

 

Descanso ...

Estou de férias, merecidas ou talvez não ...
Vou aproveitar para descansar, dormir, passear, ler, estar com amigos que não vejo a algum tempo e depois dia 21 de Fevereiro regressar à faculdade para o segundo semestre, que vai ser a doer ...

 

Elogio ao Amor


"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso"dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina.O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada umcomo o clima.O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Miguel Estves Cardoso

domingo, janeiro 28, 2007

 

Aborto - Responsabilidade

As pessoas fogem às responsabilidades, e essa atitude é uma das causas de mal-estar. Pensam que as responsabilidades desaparecem por si se as ignorarem ou evitarem. A base da evolução e a realização é a responsabilidade. Responsabilidade é o preço a pagar pelo direito de fazermos as nossas próprias escolhas.

No dia 11 de Fevereiro, vou votar NÃO no refendo sobre a interrupção voluntária da gravidez realizada por opção da mulher nas primeiras 10 semanas.

É um tema que gera muita discussão e polémica na sociedade civil! Aceito as opiniões contrárias, mas depois de alguma discussão entre amigos, contínuo a defender o NÃO, pois o voto no Sim permite total liberdade de a mulher abortar sem apresentar uma justificação plausível para tal acto, coisa que não defendo!

Consoante a vossa opinião, os vossos ideais, não deixem de votar no referendo sobre o aborto. Exerçam o vosso direito de voto, não contribuam para a abstenção!

E Homens venham votar, apesar de o tema em si dizer mais à mulher nós também temos uma palavra a dizer.


 

O Homem e a Mulher

O homem é a mais elevada das criaturas. A mulher, o mais sublime dos ideais.

Deus fez para o homem um trono; para a mulher fez um altar. O trono exalta e o altar santifica.

O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a luz; o coração produz amor. A luz fecunda; o amor ressuscita.

O homem é o génio; a mulher é o anjo. O génio é imensurável; o anjo é indefenível;

A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher é a virtude extrema; A glória promove a grandeza e a virtude, a divindade.

O homem tem a supremacia; a mulher, a preferência. A supremacia significa a força; a preferência representa o direito.

O homem é forte pela razão; a mulher, invencível pelas lágrimas.
A razão convence e as lágrimas comovem.

O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de todos os martírios. O heroísmo enobrece e o martírio purifica.

O homem pensa e a mulher sonha. Pensar é ter uma larva no cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola.

O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço e cantar é conquistar a alma.

Enfim, o homem está colocado onde termina a terra; a mulher, onde começa o céu.


domingo, dezembro 03, 2006

 

Felicidade ...

Felizes os momentos em que não nos temos que preocupar, em que não é preciso pensar.

Felizes os momentos em que podemos estar com as pessoas que gostamos. Sem stress, com todo o tempo do mundo.

Felizes os momentos em que vivo um dia de cada vez, em que não sei se me levanto amanhã, nem sei se vou dobrar a esquina e conhecer alguém.

Porque são nesses estranhos e felizes momentos, em que passamos distraídos pela vida que ela nos surpreende, sem stress, sem pressas, sem perto nem longe, mas sim agora!

Em que o frio nos chega à barriga, e tenho medo de continuar. Em que na realidade esse momento é curto e fugaz.

Eu tento ser feliz, porque a felicidade não se alcança consegue-se a cada momento. Na realidade sei que sou feliz, mesmo tendo de esperar, de correr, de pensar.

Mesmo que já não tenha folgo nem vontade, eu sei que sou feliz. Porque nesses momentos deito a minha cabeça na almofada, e sei que um dia novo chegará.

Já fiz um percurso sozinho porque é difícil explicar o que nos vai na alma. Mas as pessoas em quem se acredita, não têm nada para nos desiludir. Porque eu também tenho falhas e poder magoar sem querer.

E nos dias tristes percebo a importância dos dias felizes e dou-lhes muito mais valor!

Porque cada dia é único e irreproduzível. Mesmo que a rotina me "mate" aos poucos sei que vou encontrar os amigos de ontem e de hoje para abraçar. Em que o meu coração vai e vem com cada um deles. Sei que vou partir e voltar, na emoção de cada reencontro.


quarta-feira, novembro 29, 2006

 

Origem do Meu Nome


Gonçalo é um prenome da onomástica da língua portuguesa com origem provável no conjunto de alguns termos germânicos, nomeadamente gunthi, significando "combate", all, "todo" ou "total" e "disposto". Isto resulta no significado "homem disposto para toda a espécie de luta", ou dito de forma mais sintética, "guerreiro".

Fonte: Wikipédia

 

Considerações Sobre a Amizade


É a insuficiência do nosso ser que faz nascer a amizade, e é a insuficiência da própria amizade que a faz perecer. Está-se sozinho, sente-se a própria miséria, sente-se necessidade de apoio, procura-se quem lhe favoreça os gostos, um companheiro nos prazeres e nos pesares; quer-se um homem de quem se possa possuir o coração e o pensamento. Então a amizade parece ser o que de mais doce há no mundo; tem-se o que se desejou, logo se muda de ideia. Quando se vê de longe algum bem, ele fixa de início os nossos desejos, e quando se chega a ele, sente-se o seu nada. A nossa alma, de que ele prendia a vista na distância, não pode repousar-se nele quando vê mais adiante: assim a amizade, que de longe limitava todas as nossas pretensões, cessa de limitá-las de perto; não preenche o vazio que prometera preencher; deixa-nos necessidades que nos distraem e nos levam a outros bens.
Então a gente torna-se negligente, difícil, exige-se logo como um tributo as complacências que de início eram recebidas como um dom. É do carácter dos homens apropriar-se a pouco e pouco até das graças de que beneficiam; uma longa posse acostuma-os naturalmente a olhar as coisas que possuem como sendo deles; assim, o hábito persuade-os de que têm um direito natural sobre a vontade dos seus amigos. Gostariam de possuir um título que lhes permitisse governá-los; quando essas pretensões são recíprocas, como se vê com frequência, o amor-próprio irrita-se e grita dos dois lados, produz um azedume, friezas e amargas explicações.

Encontram-se, assim, mutuamente, defeitos que antes se escondiam; ou cai-se nas paixões que tiram qualquer atractivo à amizade, como as doenças violentas tiram o atractivo pelos mais doces prazeres. Assim, os homens mais extremados não são os mais capazes de uma amizade constante. Em nenhum outro lugar a encontramos mais viva e mais sólida do que nos espíritos tímidos e sérios, cuja alma moderada conhece a virtude; pois ela alivia o seu coração oprimido sob o mistério e sob o peso do segredo, distende-lhes o espírito, alarga-o, torna-os mais confiantes e mais vivos, mescla-se aos seus divertimentos, aos seus negócios e aos seus prazeres misteriosos: é a alma de toda a sua vida.

Luc de Clapiers Vauvenargues, in 'Das Leis do Espírito'

terça-feira, novembro 28, 2006

 

Medicamentos


Já desde algum tempo atrás que tenho alguns problemas de saúde! Tomo um número talvez exagerado de medicamentos por dia! A minha medicação diária:





 

Percepções e Realidade - 2004


O Natal está aí a chegar e para quem gosta de Política recomendo a leitura atenta e cuidadosa de: Percepções e Realidade - 2004 de Pedro Santana Lopes.


2004 foi um ano cheio de sobressaltos na vida política portuguesa. A dissolução do Parlamento e do governo liderado por Pedro Santana Lopes pelo então Presidente da República Jorge Sampaio apanhou o País de surpresa. É o relato desses acontecimentos e do que lhe esteve na origem que Pedro Santana Lopes decidiu por fim revelar neste livro que pretende contribuir para o melhor conhecimento do período insólito da Democracia portuguesa que decorreu entre 13 de Junho e 30 de Novembro de 2004.

Em apenas duas semanas, o livro ‘Percepções e Realidade’ já vendeu quinze mil exemplares, esgotando três edições. É um caso raro no panorama editorial português.


sexta-feira, novembro 24, 2006

 

Blog feito pelos seus leitores ...


Tenho saudades


Tenho saudades de tudo o que senti não ter

E de tudo o que já tive

Mas já perdi…

Tenho pena das minhas mãos vazias

Que não conhecem as tuas

Tenho medo de quem sou

Agora que te encontrei tenho medo de te perder,

Porque não sou aquela que já fui

Nem sei o que serei…

Há tanto que me procuro

Que agora tenho medo

De algum dia me encontrar..


Liliana Rodrigues

 

The Gift


Sónia Tavares, Nuno Gonçalves, John Gonçalves e Miguel Ribeiro, os quatro elementos que dão corpo aos The Gift, apresentam hoje na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, que comemora o seu 29º aniversário, o seu mais recente trabalho discográfico, “Fácil de Entender”. O concerto realiza-se, por volta das 21h30h no Grande Auditório da FCT. Aparece por lá.



"Fácil de Entender" foi lançado no final de Outubro passado, em duas edições. A versão especial deste álbum em formato de livro com fotografias, contendo a gravação de dois concertos em duplo CD e DVD; a outra edição, "Essencial", é composta por um CD e DVD, que compila o melhor dos dois concertos de actuação do grupo, num estúdio em Loures.